Governo diz que frustrou 165 tentativas após 1º ataque a escola no ano
Foto: Jovem Pan

Governo diz que frustrou 165 tentativas após 1º ataque a escola no ano

Tarcísio de Freitas afirmou que governo recorreu à Justiça para fazer busca e apreensão e evitar ataques a escolas desde o atentado de março

Embora não tenha conseguido evitar o ataque que matou uma aluna na Escola Estadual Sapopemba, zona leste de São Paulo, nessa segunda-feira (23/10), apesar dos indícios envolvendo o autor do crime, o governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) diz que já conseguiu frustrar 165 tentativas ou suspeitas de atentados desde março, quando um estudante assassinou uma professora em uma escola na zona oeste.

“Está havendo um esforço muito grande para evitar esse tipo de ação. Um esforça da Secretaria da Segurança Pública, junto com a Secretaria da Educação. De março para cá, 165 tentativas ou suspeitas foram frustradas. Em algumas situações, a gente chegou a recorrer ao Judiciário para ter operação de busca e apreensão”, disse Tarcísio nessa segunda-feira, em entrevista coletiva em frente à escola alvo do atentado.

“Mas é aquilo: por mais que você evite uma série de ocorrências, quando não consegue evitar uma, quando você falha, fica a dor, fique esse sentimento e a necessidade de rever tudo o que a gente está fazendo para que a gente evite novas ocorrências. A gente não pode deixar que esse tipo de coisa aconteça. A escola tem que ser um local seguro”, completou o governador.

Ataque a escola

Por volta das 7h30 dessa segunda-feira, um adolescente de 16 anos abriu fogo dentro da Escola Estadual Sapopemba, matando a aluna Giovanna Bezerra da Silva, de 17 anos, com um tiro na nuca, à queima-roupa, e ferindo outras duas estudantes de 15 anos — uma com um tiro na clávicula e outra na região do abdômen. O atirador estudava na mesma escola e usou um revólver calibe 38 que pegou na casa do pai. Ele e a arma foram apreendidos pela polícia.

Segundo o advogado Antonio Edio, que defende o autor do ataque, o adolescente sofria “grave bullying” por ser “homossexual assumido”. Em abril, a mãe do estudante registrou um boletim de ocorrência de agressões que o filho havia sofrido. Em junho, ele foi agredido dentro da sala de aula, como mostra um vídeo que circulou entre pais e alunos. De acordo com vizinhos, ele já havia anunciado que atacaria a escola.

Ao ser questionado sobre a série de indícios de violência e ameaças envolvendo o estudante, Tarcísio disse que as secretarias da Educação e da Segurança Pública não tinham conhecimento das suspeitas e voltou a enfatizar a ação preventiva do estado que evitou outras tentativas ou suspeitas de ataques. “Se tivéssemos conhecimento, teríamos tomado providência, como tomamos nos outros 165 episódios que foram evitados”, disse.

O número divulgado pelo governador representa praticamente uma ocorrência do tipo a cada dois dias nesse período de sete meses desde o atentado a faca que matou uma professora na Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, zona oeste paulistana. Tarcísio não deu detalhes sobre nenhuma dessas ações evitadas, mas fez comentários gerais sobre a situação da segurança na escola alvo do ataque nessa segunda.

“A gente estava aqui com ronda escolar funcionando, ronda escolar ativa. A escola conta com psicólogo. Nós tivemos no último mês 15 atendimentos no psicólogo. Psicólogo presente na escola, participando de atividade escolar. Houve treinamento contra agressão ativa na escola. Quer dizer, ainda assim não foi suficiente”, disse.

Tarcísio afirmou que a Escola Estadual Sapopemba tem 1.800 alunos e é uma “boa escola”, com alta e fila por vaga. O governador disse que vai manter o plano de contratar vigilância privada para as escolas estaduais, o que ainda não tem data para ocorrer, e aumentar o número de psicólogos contratados para a rede — são 550 para mais de 5 mil escolas.

Ainda assim, após o ataque ocorrido nessa segunda-feira, o governador reconheceu que falhou e enfatizou que é preciso focar em duas ações específicas para tentar evitar novas tragédias nas escolas: “A gente tem que combater o bullying, tem que combater a homofobia”, disse. “Depois de uma situação dessa, a gente chega a conclusão de que não estamos sendo capazes, ainda não chegamos no que é ideal”, completou.

Com Informações: Metrópoles

Fechar Menu