Brasil chega a 700 mil mortes por Covid três anos após registro do primeiro caso
Foto: Isabela Carrari/Prefeitura de Santos

Brasil chega a 700 mil mortes por Covid três anos após registro do primeiro caso

País mostra desaceleração na incidência de vítimas pela doença, novos 100 mil óbitos pela infecção causada pelo coronavírus ocorreram no prazo de quase um ano e meio após o registro de 600 mil vidas perdidas

O Brasil atingiu nesta terça-feira (28) a marca de 700 mil vidas perdidas devido à infecção pelo coronavírus. Ao longo da pandemia, os índices de casos e de mortes pela doença apresentaram oscilação, influenciada principalmente pela circulação de novas variantes do vírus.

De acordo com os dados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), o país tem um total de 700.239 mortes e 37.258.663 casos da doença desde o início da pandemia em 2020.

O acompanhamento dos indicadores da Covid-19, feito a partir de semanas epidemiológicas, revela que o pior cenário no país foi observado na semana de 4 a 10 de abril de 2021.

Na ocasião, foram registrados 21.141 óbitos semanais e o país contabilizava mais de 351 mil vítimas, de acordo com os dados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). O dia com o maior número de mortes foi 8 de abril daquele ano, com um total de 4,2 mil vidas perdidas para a infecção pelo coronavírus.

O acumulado de 700 mil mortes foi atingido quase um ano e meio após o Brasil registrar 600 mil óbitos pela Covid-19, no dia 7 de outubro de 2021. Naquele ano, as marcas de 100 mil mortes foram atualizadas em prazo consideravelmente mais curto

Cenário epidemiológico

O contexto epidemiológico atual mostra uma desaceleração no ritmo de mortes no país, devido a causas multifatoriais. Entre elas estão o avanço da vacinação, a aplicação de doses de reforço e a formação da imunidade conferida pela infecção natural pelo vírus.

O dia com o maior número de mortes no Brasil foi 8 de abril de 2021, com um total de 4,2 mil vidas perdidas para a infecção pelo coronavírus. A partir da primeira semana de abril de daquele ano, o número de óbitos no Brasil entrou em tendência de queda – o momento coincide com a maior disponibilidade de doses contra a doença no país.

Foram apresentados aumentos ligeiros em junho de 2021 e fevereiro de 2022, mas com índices substancialmente inferiores aos comparados com o recorde da pandemia.

No início de 2022, o Brasil registrou um recorde no número de casos semanais. Na semana de 23 a 29 de janeiro do ano passado, foram notificados 1.305.447 casos, elevando o total de infecções a mais de 25 milhões no país.

Estima-se que o aumento na circulação do vírus no período foi potencializado pela introdução da variante Ômicron, altamente transmissível, identificada em novembro de 2021. A alta nas infecções, no entanto, não foi acompanhada em mesmo ritmo pelos indicadores de óbitos. Na mesma semana, o total de óbitos registrado chegou a 3.723.

Avanço na aplicação do reforço

Apesar da melhoria significativa do cenário epidemiológico da doença e uma relação direta entre a redução de casos graves e mortes pela infecção ao processo de vacinação, o país enfrenta dificuldades em alavancar a aplicação de doses de reforço.

“A vacinação contra a Covid-19 é um divisor de águas na pandemia no Brasil por que diminuiu de maneira drástica o número de casos graves e mortes. Ao mesmo tempo, ela traz em si uma responsabilidade aumentada por que as pessoas tendem a falar menos e pensar menos em Covid e achar que a pandemia acabou”, afirma o médico infectologista Evaldo Stanislau de Araújo, da Divisão de Moléstias Infecciosas e Parasitárias do Hospital das Clínicas de São Paulo.

As últimas estimativas do Ministério da Saúde apontam que cerca de 19,1 milhões de brasileiros estão com a segunda dose da vacina contra a Covid-19 em atraso e não estão completamente protegidos contra a infecção.

O número de pessoas que deixaram de receber a primeira dose de reforço chega a 68,6 milhões. Outros 30,2 milhões estão atrasados com a segunda dose de reforço.

“O próximo perigo que nós temos que enfrentar é que as pessoas deixem de tomar as doses de reforço da vacina que certamente serão necessárias ainda por muito tempo. E com isso, a gente perca a proteção imunológica que nós temos hoje. Então, voltaríamos a ter um cenário potencialmente mais grave, com aumento de mortes e internações por Covid-19”, diz o médico.

Por outro lado, a aplicação das doses da vacina bivalente avança no país. Até o momento, mais de 5,6 milhões de brasileiros já garantiram a dose de reforço com as vacinas atualizadas. Entre os idosos, são 949,7 mil doses nas pessoas de 60 a 64 anos; 1 milhão nas pessoas de 65 a 69 anos; 1,2 milhão entre as de 70 a 74 anos; 882,5 mil no público de 75 a 79 anos e 989,8 mil nos idosos de 80 anos ou mais.

Para receber o imunizante, é preciso ter completado o esquema primário com as monovalentes e respeitar um prazo mínimo de quatro meses desde a última dose recebida. O Ministério da Saúde reforça que, tanto as vacinas monovalentes quanto as bivalentes, têm segurança comprovada e são igualmente eficazes na proteção contra o coronavírus.

Veja os grupos prioritários que podem ser imunizados com as vacinas bivalentes:

  • Idosos de 60 anos ou mais de idade;
  • pessoas vivendo em instituições de longa permanência a partir de 12 anos e seus trabalhadores;
  • pessoas imunocomprometidas a partir de 12 anos de idade;
  • indígenas, ribeirinhos e quilombolas (a partir de 12 anos de idade);
  • gestantes e puérperas;
  • trabalhadores da saúde;
  • pessoas com deficiência permanente (a partir de 12 anos de idade);
  • população privada de liberdade e adolescentes em medidas socioeducativas, e
  • funcionários do Sistema de Privação de Liberdade.

Com Informações: CNN Brasil

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