Baixada Santista concentra as praias mais sujas de SP
Foto: Rogério Cassimiro/MTur

Baixada Santista concentra as praias mais sujas de SP

Praias da Baixada Santista e do litoral sul estão entre as 10 com água mais suja em 2023; uma do litoral norte teve mais bandeiras vermelhas

As praias do litoral de São Paulo costumam ficar lotadas com a chegada do verão, que tem início na próxima sexta-feira (22/12). Ondas de calor em número recorde devem atiçar ainda mais a vontade de entrar no mar, mas o banhista precisa checar bem onde está mergulhando, para saber se a qualidade da água é boa (própria) ou suja (imprópria).

Nove das 10 praias com mais bandeiras vermelhas (qualidade imprópria) ao longo do ano ficam na Baixada Santista e no litoral sul do estado, segundo medições feitas entre janeiro e o início de dezembro pela Companhia Ambiental de São Paulo (Cetesb).

Entre as 10 praias com água mais suja, apenas uma fica no litoral norte, a de Itaquá, na altura da Avenida Leovegildo, 1.724, em Ubatuba.

A qualidade da água não está relacionada somente ao lançamento de esgoto. Questões como a poluição difusa — que é a sujeira das ruas arrastada para o mar após as chuvas, por exemplo —, fatores naturais e aumento da população flutuante em determinadas épocas do ano também são determinantes e influenciam os índices obtidos pela Cetesb.

A companhia, inclusive, costuma divulgar, no início de cada ano, um balanço completo e detalhado, com uma série de relatórios sobre o tema.

Para chegar aos locais com água mais suja, a reportagem levou em consideração todas as medições realizadas entre janeiro e 3 de dezembro, e destacou aquelas que tiveram, proporcionalmente, o maior número de bandeiras vermelhas.

Veja as praias com água mais suja em SP:

Itaguá (Ubatuba) — 46 medições como imprópria (94%)
Gonzaguinha (São Vicente) — 46 medições como imprópria (94%)
Perequê (Guarujá) — 45 medições como imprópria (92%)
Milionário (São Vicente) — 45 medições como imprópria (92%)
Prainha (São Vicente) — 45 medições como imprópria (92)
Vila Mirim (Praia Grande) — 35 medições como imprópria (71%)
Vera Cruz (Mongaguá) — 35 medições como imprópria (71%)
Santa Eugênia (Mongaguá) — 35 medições como imprópria (71%)
Gonzaga (Santos) — 33 medições como imprópria (67%)
Boqueirão (Santos) — 32 medições como imprópria (65%)

O que dizem as autoridades

A Sabesp diz que, em parceria com as prefeituras da Baixada Santista, atua para identificar irregularidades entre o sistema de esgoto e as galerias municipais de águas pluviais, repassando informações à fiscalização municipal, que é responsável por notificar, ou multar, o imóvel com descarte inadequado. No litoral norte, checa a falta de conexão à rede de esgoto e correção de ligações irregulares.

Segundo a Sabesp, nas duas regiões, todo esgoto coletado é tratado. Afirma ainda que, na Baixada Santista, entre 2007 e 2018, foram investidos R$ 2 bilhões, por meio do programa Onda Limpa, e estão em andamento obras avaliadas em mais R$ 2 bilhões.

A Secretaria de Meio Ambiente (Semam) de Santos diz que tem 99% de ligação de esgoto e todo o sistema é interligado ao emissário submarino, que despeja o material, após tratamento, a 4,5 km do litoral. Cita ainda os emissários de outras cidades da Baixada, questões geográficas (baía, com conexão direta com o canal do porto e municípios vizinhos). Alega que desenvolve uma série de ações relacionadas à qualidade da água.

A Prefeitura de Guarujá afirma que dois rios desaguam na Praia do Perequê e, até poucos anos atrás, parte do bairro não possuía conexões de esgotamento sanitário. Diz que isso está prestes a ser totalmente solucionado, porque a região está quase 100% contemplada com sistema de esgoto adequado, entre outras ações.

A Prefeitura de Ubatuba diz que trabalha para resolver essa demanda, com a realização de mais de 8 mil novas conexões que serão ativadas durante as obras do Sistema Itaguá (centro) e Perequê-Açu. “Isso elevará a cobertura de esgoto de 54% para 72%”, afirma.

A Prefeitura de Mongaguá diz que tem uma série de ações relacionadas ao problema. As prefeituras de São Vicente e Praia Grande não se manifestaram. O espaço segue aberto.

Com Informações: Metrópoles

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