Três brasileiros estão na lista de 200 melhores cantores da história

Divulgado pela revista Rolling Stone, o compilado inédito incluiu Caetano Veloso, Gal Costa e João Gilberto. 

Seria possível mensurar os melhores cantores de todos os tempos? Foi o que a Rolling Stone, renomada revista especializada em música e entretenimento, fez com uma lista divulgada recentemente. A curadoria reconheceu a Música Popular Brasileira (MPB) ao citar três símbolos do gênero no ranking: os artistas Caetano Veloso, Gal Costa e João Gilberto.

Disponível on-line (veja aqui), a relação reúne 200 profissionais de diferentes ritmos, épocas e gêneros; do R&B à salsa e ao rock, do gospel ao punk. Para a seleção, o veículo levou em consideração critérios como originalidade, influência, profundidade do repertório e amplitude do legado musical.

João Gilberto

Em 81º lugar na lista de melhores cantores da história, segundo a Rolling Stone, está o baiano João Gilberto. Pioneiro da bossa nova, o cantor e violinista morreu em 2019, aos 88 anos.

No início da carreira, o músico foi parceiro de Antônio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes. O álbum de estreia de João Gilberto foi lançado em 1959: Chega de Saudade.

“Mestre da sutileza cosmopolita, ele murmurava e sussurrava com uma desenvoltura que fazia cada música parecer uma reunião casual de amigos. Esse estilo — sua poesia e calor — combinava perfeitamente com as narrativas da bossa sobre a contemplação da vida na praia de Copacabana (Rio de Janeiro)”, descreveu a revista norte-americana.

Gal Costa

Na 90ª posição do ranking mundial, está Gal Costa, ou Maria da Graça Costa Penna Burgos. Natural de Salvador, na Bahia, a cantora foi um ícone da MPB. Morreu recentemente, em 2022, aos 77 anos.

Durante a ditadura militar no Brasil, Gal Costa se tornou representante do tropicalismo no país. No período, lançou o famoso Fa-Tal: Gal a Todo Vapor. Na era pós-bossa, mostrou ainda mais a própria força corajosa e disruptiva.

Ao longo da carreira, Gal lançou 43 álbuns. É lembrada por interpretar músicas marcantes, como Baby (1969); Divino Maravilhoso (1969); Flor de Maracujá (1974); e Meu Bem, Meu Mal (1981). No último álbum, Nenhuma Dor, de 2021, a artista deu voz a antigas canções com convidados de novas gerações.

Caetano Veloso

Também baiano, Caetano Veloso aparece em 108º na seleção de maiores cantores do mundo. A Rolling Stone o apontou, inclusive, como o principal cantor e compositor do Brasil, e um “roqueiro revolucionário com uma forte inclinação literária.”

Reconhecido como uma potência musical, política e cultural, Caetano foi um dos formuladores da Tropicália e lutou contra ditadura militar no Brasil. Chegou a ser preso em 1969 e foi obrigado a sair do país. Exilado em Londres, na Inglaterra, deu o próprio nome a um disco lançado em 1971.

Caetano tem 80 anos de idade atualmente. No catálogo incomparável, acumula letras cantadas por outros artistas. Na própria voz, consagrou clássicos como Alegria, Alegria (1968); You Don’t Know Me (1972); O Leãozinho (1977); Lua e Estrela (1981); Gente (1982); Você é Linda (1983); O Quereres (1984); Sozinho (1998); Oração ao Tempo (2018), Reconvexo (2018), e mais.

Os 200 maiores cantores de todos os tempos

A curadoria da Rolling Stone englobou gigantes da música mundial, de diferentes décadas e origens. Aparecem no compilado: Aretha Franklin, Whitney Houston, Stevie Wonder, Axl Rose, Joni Mitchell, John Lennon, Paul McCartney, Michael Jackson, Freddie Mercury, Prince, Marvin Gaye, Mick Jagger, George Michael, Kate Bush, Janis Joplin, Bob Marley, Elvis Presley, Nina Simone, Elton John, Rod Stewart, Tina Turner, Amy Winehouse, Debbie Harry, Sade, Johnny Cash, Diana Ross e Frank Sinatra, entre outros.

Artistas das novas gerações também foram agraciados no ranking. Pode-se mencionar, por exemplo, Beyoncé, Christina Aguilera, Lady Gaga, Adele, Mariah Carey, Rihanna, Florence Welch, Erykah Badu, The Weeknd, SZA, Usher, Alicia Keys, Lana Del Rey, Lauryn Hill, Rosalía, Frank Ocean, Burna Boy, Kelly Clarkson, Taylor Swift, Jung Kook (BTS), Ariana Grande e Billie Eilish.

Em geral, algumas personalidades historicamente marcantes, como Céline Dion, Michael Bolton e Madonna, ficaram de fora da seleção. Nas redes sociais, inclusive, fãs lamentaram a falta dos próprios ídolos no conteúdo.

Contudo, logo no início, a publicação alerta: “Antes de começar a rolar (e comentar), lembre-se de que é a lista dos melhores cantores, não a lista das melhores vozes. O talento é impressionante; o gênio é transcendente.”

“Uma voz pode ser linda como a de Mariah Carey, áspera como a de Toots Hibbert, discreta como a de Willie Nelson, escorregadia e suntuosa como a de D’Angelo, ou estimulante como a de Bob Dylan. Mas, no fim, os cantores por trás disso estão aqui por um motivo: eles podem refazer o mundo apenas abrindo a boca”, acrescentou a equipe da Rolling Stone.

Com Informações: Metrópoles

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