Polícia responsabiliza pilotos por acidente que matou Marília Mendonça
Foto: Reprodução Instagram

Polícia responsabiliza pilotos por acidente que matou Marília Mendonça

Segundo a corporação, houve negligência e imprudência da tripulação. Inquérito deve ser arquivado, já que os pilotos também morreram

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) concluiu que houve responsabilidade dos pilotos no acidente aéreo que causou a morte da cantora Marília Mendonça, de sua equipe e dos próprios pilotos. Em coletiva de imprensa na manhã desta quarta-feira (4/10), a corporação informou que restou evidenciada a prática de três homicídios culposos por parte do piloto Geraldo Martins de Medeiros e do copiloto da aeronave, Tarcísio Pessoa Viana, com extinção de punibilidade, em razão da morte dos responsáveis, e arquivamento do inquérito.

A coletiva foi conduzida pelos delegados Gilmar Alves Ferreira, Ivan Lopes Sales e Sávio Assis Machado Moraes, além do inspetor Whesley Adriano Lopes Data, no município de Ipatinga. De acordo com o delegado regional de Caratinga, Ivan Lopes Sales, houve negligência e imprudência por parte da tripulação, que não cumpriu as instruções operacionais da aeronave.

“Diante de todos esses cenários, os procedimentos operacionais da aeronave não foram responsáveis. O manual de treinamento da aeronave estipula a velocidade a ser feita na perna do vento, e o que ficou evidenciado é que os pilotos ultrapassaram essa velocidade, desrespeitando o manual e saindo da zona de proteção do aeródromo. Qualquer responsabilidade cabia aos pilotos observar. Dessa forma, houve negligência e imprudência”, afirmou ele.

Negligência dos pilotos

Ainda de acordo com o investigador, houve duas apurações conduzidas por diferentes órgãos: a PCMG e o Cenipa. Sales aponta que os inquéritos tinham objetivos distintos, já que a polícia analisa e aponta a materialidade de crime. Segundo ele, diversas situações foram descartadas até que se chegasse à conclusão final.

“O resultado dessa investigação é com absoluto respeito a todos os familiares de todos os envolvidos. Sabemos que foi um acidente, mas é uma missão da PCMG apurar. A investigação transcorreu, em quase dois anos, na busca de descartar várias possíveis causas do acidente, até que se chegasse à causa fundamental da queda da aeronave. Precisávamos aguardar o laudo do Cenipa para descartar qualquer problema na aeronave. O IML descartou qualquer problema com os pilotos, por meio dos exames. Uma hipótese mais absurda, de atentado contra a aeronave, também foi descartada”, disse Sales.

O delegado acrescentou: “Então, à medida que as provas foram sendo produzidas, caminhamos para uma negligência dos pilotos”, disse o delegado.

Conforme o delegado regional Ivan Sales, o avião se chocou com a torre; de fato, não havia sinalização, mas ela não era obrigatória. “Os fatores externos poderiam ter prejudicado; no entanto, a sinalização não era obrigatória. Os manuais de procedimento dessa aeronave não foram analisados pelo piloto, era dever de quem comandava a aeronave ter feito essa análise prévia. Havia documentos que possibilitariam aos pilotos identificar essas torres, as linhas de transmissão. A aeronave também dispunha de um equipamento que emite sinais sonoros na proximidade de obstáculos, mas ele pode ser desligado pelos pilotos; à medida que o avião se aproxima do solo, esse equipamento emite avisos. A aeronáutica não conseguiu chegar a essa conclusão em razão da deterioração da aeronave”, completou.

Conforme a explicação do delegado Sales, o piloto não havia pousado naquele aeroporto anteriormente.

Com Informações: Metrópoles

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