Manu Gavassi lança clipe ambicioso para “Sexo, Poder e Arte”
Foto: Divulgação

Manu Gavassi lança clipe ambicioso para “Sexo, Poder e Arte”

Vídeo ilustra música em forma de desabafo. “F#-se o algoritmo, eu danço no meu próprio ritmo”

Depois de ter lançado o curta “Programa de Proteção à Carreira Artista” e o clipe de “”, Manu Gavassi está de volta e, mais uma vez, lançando um desabafo em forma de canção. “Sexo, Poder e Arte” chega com uma letra que vai direto ao ponto e não apela para metáforas ou sutilezas (“F#-se o algoritmo, eu danço no meu próprio ritmo” e “Quanto vale o seu corpo, quanto vale você?” são os versos chave).

Acompanhando a música, o clipe também já saiu com a missão de gerar debates sobre temas importantes, como a hipersexualização das mulheres na música pop e no meio artístico como um todo – para marcar seu ponto, ela surge nua em cena, em uma citação à capa de seu álbum “Manu”, de 2017, agora trocando o olhar provocador de seis anos atrás por uma cara expressando desagrado .

Com 15 minutos e um grande elenco de convidados – Letícia Colin e Pathy Dejesus estão em cena, assim como Victor Lamoglia, Alejandro Claveaux, João Côrtes e a própria cantora.

Gavassi explicou longamente a sua motivação para a música e o filme nas suas redes sociais, sem ter medo de deixar claro que se sentiu insegura durante a realização do projeto. Veja o que ela disse: “Eu nunca tive tanto medo de algo como tenho de lançar esse próximo curta. E olha que já entrei no BBB. Me sinto pulando do precipício mesmo com diversas placas de perigo, sem para quedas, nem chance de sobrevivência. Minha irmã falou que o medo que eu tenho de falar sobre esses temas faz parte do problema. E faz mesmo. Por isso guardei esse desabafo por anos. Falar sobre hipersexualização da mulher, principalmente no meio artistico é tão difícil… Porque é tido como julgamento ou moralismo e a última coisa que a gente quer é julgar mulheres, então é melhor não questionar e ficar quieta. Certo? Errado.

O problema nunca foram as mulheres. Somos todas vítimas de algo muito maior. Também é dificil falar sobre isso porque cada corpo feminino toma um significado quando é colocado nu ou semi nu publicamente. O meu é incentivado e até tido como “empoderamento”. Mas hoje entendo que não é. Ele é inofensivo. Tenho questionado qual a nudez que revoluciona a e qual a nudez que aprisiona. O que o meio pop cobra de nós mulheres pra vender e o que ele cobra dos homens? Porque nossa inteligência é chatisse e nosso corpo é poder? Qual a diferença entre cantar sobre sexualidade feminina e de ser hipersexualizada pra ter a chance de cantar?
Somos uma geração bem específica.

Quebramos tabus das nossas ancestrais e temos uma falsa sensação de liberdade. Mas somos mesmo livres? Nosso valor é medido através de uma tela de celular e esses números sem querer ditam nosso comportamento e confundem nossa cabeça.

O que me traz de volta ao medo. Medo de errar com quem importa: Meninas e Mulheres que estão lendo esse texto. Sei que nossas vivências e dores são diferentes mas também sei que ser mulher é ser julgada. Então decidi juntar a coragem que ainda me resta, pra ser julgada, mas pelo menos tentar falar sobre isso.

Espero que comece uma conversa mesmo se acabar com a minha carreira já cambaleante de “cantora pop”. Aqui está meu terceiro curta: Sexo, poder e arte. Obrigada a todas as mulheres que conversei nos últimos anos (do meio artístico e fora dele) sem saber que nossos papos virariam isso.”

Com Informações: Vagalume

Fechar Menu