Conar vai julgar comercial da Volkswagen com Elis Regina
Foto: Reprodução/Instagram

Conar vai julgar comercial da Volkswagen com Elis Regina

Segundo o Conar, os questionamentos abordam a possível falta de ética no uso de ferramentas tecnológicas e inteligência artificial para trazer uma pessoa falecida de volta à vida, como aconteceu na campanha.

Por conta de reclamações de consumidores, Conselho de Autorregulamentação abriu representação para analisar a campanha, que gerou debates nas redes sociais

Depois de ter dividido opiniões entre o público, com pessoas que se emocionaram com a homenagem e outras que não acharam de bom tom a reprodução da figura da cantora Elis Regina, o comercial dos 70 anos da Volkswagen será julgado pelo Conar.

Nesta segunda-feira, 10, o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária abriu representação ética para avaliar a campanha, criada pela agência AlmapBBDO, a partir da reclamação de consumidores.

Por que o Conar vai julgar o comercial da Volkswagen com Elis Regina?

Segundo o Conar, os questionamentos abordam a possível falta de ética no uso de ferramentas tecnológicas e inteligência artificial para trazer uma pessoa falecida de volta à vida, como aconteceu na campanha.

Nesse sentindo, o Conar diz que o trabalho da agência e da Volkswagen deve ser “examinado à luz do Código Brasileiro de Autorregulamentação Públicitária, em particular os principais de respeitabilidade, no caso o respeito à personalidade e existência da artista, e veracidade.”

Ainda sobre as reclamações feitas pelos consumidores, o Conar também adicionará a avaliação se o uso de inteligência artificial poderia causar confusão entre o público, sobretudo entre crianças e adolescentes, na distinção entre conteúdo ficcional e realidade.

Essa representação aberta pelo Conar será julgada nas próximas semanas por uma das Câmaras do Conselho de Ética. Geralmente, o prazo de julgamento leva cerca de 45 dias após a abertura da representação.

O que pode acontecer com o comercial da Volkswagen com o julgamento do Conar?

Por enquanto, a abertura da representação não implica em nenhuma mudança ou alteração no comercial, que pode continuar sendo exibido na TV aberta, nas redes sociais e em outros meios.

Após a avaliação do conselho de ética, o Conar determinará a sentença para a representação. Se for comprovado que nem a Volkswagen e nem a AlmapBBDO infringiram o Código Brasileiro de Autorregulamentação, o processo pode ser arquivado, sem nenhuma mudança na campanha.

Já se os membros do conselho de ética identificaram que houve algum problema ético, podem ser solicitadas alterações no comercial ou, em último caso, pode ser determinada a suspensão da veiculação da campanha publicitária.

Como foi feito o comercial da Volkswagen que recriou a imagem de Elis Regina?

Para criar a imagem de Elis Regina, a agência AlmapBBO fez uso de uma tecnologia que mapeou milhares de fotos e vídeos da cantora. A partir desse banco de dados das feições, as características do rosto de Elis foram sobrepostos ao rosto de uma atriz, que participou do comercial, dirigindo a Kombi, como contou à reportagem o chief creative officer (CCO) da agência, Marco Giannelli, conhecido como Pernil.

Não há, em âmbito legal, alguma regra que proíba a utilização de imagem de pessoas já falecidas em ações do tipo. É preciso, contudo, que o anunciante se atende às normas do Conar, que estabelece regras que estejam em sinergia com as leis vigentes do País.

Com Informações: Meio&Mensagem

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